Um dia desses, me falaram de uma banda chamada Sararás Livres. Mais que porra de banda vai colocar seu nome de Sararás Livres? Parece que finalmente está rolando no Brasil – ou pelo menos no Rio – um movimento de descomprometimento de imagem e um foco principal em seu som. Em resumo, ao invés de gastar horas e horas sentados em círculos segurando um baseado apenas para encontrar um nome de uma banda que fará as pessoas rotularem seu som antes mesmo de ouvir, passou-se a gastar a erva em inspiração e criação sonora – e em full time.
O Sararás, que mesmo eu não sabendo se eles usam a tal erva ou não, conseguiu usar o fator surpresa de seu nome e, misturando arranjos inspirados com um clima dark, conseguiu fazer canções que fogem do padrão e engrossam o caldo a cena carioca de música alternativa. Como quem não quer nada, lançaram um EP Demo por aí, fizeram pouquíssimos shows e investiram no boca-a-boca que tanto deu resultado com outras bandas amigas. Acredite, tem algo muito bom ali.
As canções seguem uma personalidade própria, composta pela banda e indicada por suas influências mais fortes, como Radiohead (a mais evidente), ecos de Mogwai nas guitarras e grupos underground americanos. A fórmula se baseia em canções retas, com extensas letras criadas em cima de uma melodia doce e acentuada, sentimental e sem refrão, crescendo a cada passagem.
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“Por Si Só”, terceira faixa do disco, é a única que destoa desta montagem intrigante musical, trazendo um leve refrão repetido docemente sobre uma densa base de guitarras. Lisérgica seria a definição perfeita para a faixa final, a épica “Se o Futuro Vive” e suas guitarras e barulhos experimentais, além de um solo Gilmordiano sedutor e bem alocado.
“Não aguento mais ficar em casa vendo os carros passarem” abre a suja e raivosa “A Caverna”, abertura do Ep e plena definição da juventude que não se aquieta em casa quer fazer algo acontecer. A canção abre caminho para a melhor do álbum: “A Caminho” tem melodias vocais deliciosamente desenhadas para parecerem eternos refrões com letra quase ininterrupta, viciando na primeira ouvida.
A julgar pelas últimas boas surpresas de nomes estranhos, não deve demorar para aparecer um novo grupo experimental intrigante fazendo o novo som desta década. Essa nova ‘salvação’ poderia ser o Sararás Livres, mas esse papo de ‘cena’ ou ‘salvação do rock’ é anos 2000 demais para quem nem imagina o que será o futuro. Por enquanto Sararás é o presente que deve-se ficar de olho para ver acontecer.
eu adoro os sararas livres….o som e muito bom. e os meninos sao f..da
[…] dica nós já demos por aqui. Os Sararás Livres aproveitaram-se do fator surpresa de seu nome e, misturando arranjos inspirados […]