Coyotes uivam, gritam e emocionam em seu primeiro EP

Vamos por uma coisa diferente no player. Um peso nem tão pesado, um rock nem tão soado, letras em que o amor não é objeto máximo e básico para uma métrica ou rima manjada. O trio paulista Coyotes são, antes de tudo, garotos com grande potencial sonoro na mão. Muito bem produzido, arranjado e gravado, o EP de estreia da banda está disponível para download no site oficial dos Coyotes.

Das 4 faixas do registro, destaque o pop viceral e carregado de “A Flecha” e seu formato não convencional imposto pelo produtor Alan Lopes (Medulla e Planar). Nas músicas, a guitarra e a bateria disputam espaço com o vocal sem se preocupar com criar algo popular, de fácil acesso, mas ao mesmo tempo de compreensão e entendimento rápidos, fugindo do senso comum e pensando fora do padrão, um louvável ponto dentro das bandas do país. Faixa como “O Sol” mostram perfeitamente o lado climático da banda, esbanjando sentimentalismo dentro de um estilo comumente pesado.

Talvez haja alguma analogia sonora ao nome da banda. O coyote. Aquele animal que anda no escuro, conhece bem o caminho e tem presença. Sabe como guiar  seus caminhos e no menor momento não hesita em gritar o mais alto possível para aninhar seus companheiros e afugentar seus  medos. É, sem dúvidas, uma boa relação a música produzida pela banda. “Gosto de fim” acaba elucidando este pensamento.

Para uma banda iniciante, o resultado deste EP de estreia é definitivamente tão animador quanto promissor e indicado para quem quer gritar um pouco no escuro, se soltar e se reencontrar. Tudo isso em 4 músicas com todos esses sentimentos flutuando nas notas musicais tortas da banda.