Com Amor… Belle & Sebastian
Artista: Belle and Sebastian
Lançamento: 11/10/2010
Gravadora: Rough Trade
Myspace: http://www.myspace.com/thebandbelleandsebastian
Rockometro: 9,2
“I know a spell… That would make you well…Write about love, It could be in any tense, but it must make sense.” E nós dizemos: sim! Faz todo o sentido do mundo! Escrever sobre amor nunca foi tão escasso e necessário. Enquanto outras bandas tentam a cada dia se renovar, conceituar seus álbum, investir cada vez mais no experimentalismo, no que é tendência; Belle & Sebastian continua a nos provar que nunca foi tão fácil fazer o bom e velho índie rock.
É difícil falar de Belle & Sebastian por que eles são mais que uma banda, representam todo o movimento indie em sua essência, as músicas despreocupadas, os temas juvenis e cotidianos, toda a coisa de ser alternativo, totalmente contrário à tendência rock star que o Strokes lançaria logo em seguida, a ligação deles com o Twee Pop. Enfim… Por todos esses motivos posso dizer que para os índies o regresso da banda era o mais aguardado no ano. E uma coisa é verdade: a banda mais uma vez não decepcionou.
Write About Love mostra uma face mais madura da banda, é visível que as vozes e os arranjos estão muito mais trabalhados, porém a banda não perde em nenhum momento o seu frescor. E depois de tantos anos pensando no que falar, porque não falar sobre o amor, ou sua falta, que é a causa das maiores dúvidas da humanidade. O álbum não é repleto de hits como Dear Catastrophe Waitress, mais sem dúvidas mantém a média dos melhores como The Life Pursuit e The Boy with the Arab Strap. Write About Love por vezes triste, por vezes alegre não perde a beleza e o clima leviano que toda música de B&S deveria ter.
Por falar de Amor, de situações jovens cotidianas como falta de dinheiro, falta de tempo por causa do trabalho, privação dos pequenos prazeres da vida por causa do stress contínuo, não valorização do amor, Belle & Sebastian se afeiçoa cada vez mais ao público que se identifica com a banda. A eterna jovialidade de Stuart e sua voz, nos lembra que não tem nada como degustar um álbum da banda que por tanto tempo esperamos.
Write About Love é um álbum simples como a banda se propõe a ser: os instrumentos de sopro são muito pouco utilizados, o teclado é muito mais presente do que o esperado, e o foco realmente são os vocais. Os membros do The Section Quartet de Los Angeles, convidado pela banda para fazer as vozes, realmente deram um banho nos arranjos e nos contracantos – é maravilhoso de se admirar.
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“I Didn’t See it Coming”
As músicas compostas e cantadas por Sarah (“I Didn’t See It Coming” e “I Can See Your Future”) possuem um clima envolvente fantástico, nos fazendo quer ouvir várias vezes seguidas, sendo que a primeira citada, abre o álbum em grande estilo, nos convidando a dançar e nos render aos encantos da levianidade da canção e do amor.
Já “Come On Sister”, que vem logo na sequência da abertura, tem um teclado muito presente, mais comum nas músicas do Stuart. “Calculating Bimbo” é bem lenta e arrasta, com uma temática melancólica durante 4 minutos de música, mas ainda assim possui elementos vocais altamente elaborados. “Read The Blessed Pages” tem um dedilhado gostoso e uma flauta doce que é impossível de não se encantar.
“I Want The World To Stop” é energética e jovial, como uma trilha sonora. “I’m Not Living In The Real World”, a música de Stevie, parece com uma cantiga e lembra muito as músicas de Dear Catastrophe Waitress, possuindo os melhores contra-cantos do álbum.
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“I Want The World to Stop”
“Write About Love” que dá nome ao álbum faz jus ao título. É a música, que em uma primeira ouvida do álbum, mais te chama à atenção. Com uns diálogos inteligentes e dignos de musical, a música expõe os problemas do amor e as reclamações cotidianas de um casal que está se confrontando, mas de uma forma bem divertida, além de contar com o vocal de Carey Mulligan.
A melhor música do álbum é “Little Lou, Ugly Jack, Prophet John”, junto com a já citada“Write About Love”. Com uma melodia de “sad folk” e uns solos de guitarra muito bem construídos, “Little Lou” é a que vai mais profundo nos sentimentos de amor e ódio do cotidiano de um casal, é emocionante e apaixonante. O álbum termina com a nem tão inspirada “Sunday’s Pretty Icons”. Essa canção, que foi composta por Stuart e Mick, tem uma guitarrinha viciante com umas distorções interessantes.
Write About Love é completo, linear, simples e cumpre em cheio todas as propostas da banda e atinge todas as expectativas que esperávamos do álbum. Por isso tudo digo tranquilamente que este é o melhor e o mais completo álbum do ano.