Blog: Pequenas Tiras de Opinião Crítica Pessoal

Vamos a mais um momento de Pequenas Tiras de Opinião Crítica Pessoal. Nessa segunda edição estou mais calmo, ou não. Mas podemos relevar, ou não. E daí?

1° – Mombojó

Depois de fazer uma maravilhosa resenha e aproveitar um delicioso show, me peguei num momento quase contraditório. Eu estava fuxicando um dos meus quase 100 cds e dvds de mp3’s perdidos e me deparei com o álbum do Mombojó de 2006, Homem-Espuma. O que eu não tinha percebido é que o cd de mp3’s é da mesma época do lançamento do álbum, e eu nem esperava que já fizesse 3 anos que escuto a banda. É muito pouco e muito contraditório, pois não parece esse tempo todo.

A banda ta aí desde 2001, eu lembrei que tinha dado como certa a minha ida ao falecido Indie Festival, que ia rolar no Circo Voador em meados de 2007 com as presenças do Mombojó e do Magic Numbers. Duas ótimas bandas, mas o Mombojó teve que cancelar por causa do falecimento do flautista da banda, o Rafa. Eu lembro que até fiquei triste e agora me surpreendo em como o tempo passou rápido e só 3 anos depois que fui assistir a um show da banda. Ah sim, e nesse meio tempo, ainda esperamos o novo álbum dos pernambucanos, que deve sair esse ano sobre o título de Amigo do Tempo e o septêto virou só um quinteto ainda sem fotos oficiais, como vocês podem ver.

2° – A Cena Independente Carioca

Tem alguma coisa de errado, e eu não sei porque ninguém percebeu. Onde está a cena independente carioca? Onde estão os festivais de música independente no Rio? Houve um tempo que o Rio tinha uma cena tão forte quanto qualquer outro estado de nosso país, mas agora carecemos de um Festival de grandes proporções para recolocar o Rio no eixo da cena independente brasileira e valorizar nossas bandas que aqui sofrem. Nós temos o Humaitá Pra Peixe, que tem um formato bem diferente dos festivais brasileiros, o desconhecido Evidente e o Laboratório Pop, que é sediado no Teatro Odisséia, e tem revelado novos artistas cariocas para os que ainda se importam com a cena.

A grande questão é o fato de não termos um festival que tenha uma grande visibilidade e mostre o real poder das bandas carioca. Digo bandas mesmo, tipo Manacá, Mop Top, Luisa Mandou Um Beijo, Canastra… e não as bandas punk/hardcore/emo que brotam a cada esquina todos os dias. Com isso, a cena está se deteriorando, bandas estão acabando, como foi o caso da Alice. Aqui não se tem visibilidade e ainda existem pouquíssimas casas de shows aqui no Rio que abrem espaço para esses sons, que é o caso do Cinemathequé e algumas festas montadas no Cine Lapa. Enquanto isso existem mais de 50 festas diferentes de rock, espalhadas pelo centro e zona sul, cheias de produtores com dinheiro, mas com medo de investir, tocando músicas de bandas gringas em seu set de DJ e repetindo as festas em cada edição, em cada casa e todas as noite. Poucas se salvam (como a nossa On Fire) e outras já acabaram mas ainda não sabem disso, ou não querem saber.

Também chamo a atenção de músicos. Em Goiania, terra natal do sertanejo, há uma das maiores cenas rocker do Brasil,  garimpada por um músico, o Fabrício Nobre da banda MQN, que criou o selo Monstros Discos, um dos maiores do país, e incentiva as bandas independentes; e ainda preside a Abrafin (Associação Brasileira de Festivais Independentes) que monta diversos festivais em todo o país, como os gigantes Abril Pro Rock e o MADA. Fora a cena absurda que está sendo criada em Cuiabá, a cena sempre expressiva da Bahia, os pernambucanos, Brasilia, São Paulo e até o Acre já tem seus grandes festivais e sua importancia na cena brasileira, trazendo diversas bandas que hoje são top na música independente brasileira, mas que nem no Rio tocam, por causa da falta de Festivais. Mas onde estão os cariocas nessa lista? Eu dou a dica, produtores e agitadores culturais façam seu Festival, mostrem a potência do som carioca, chamem a imprensa e façam muito alarde, porque isso vai ser um grande diferencial, é uma chance de levantar essa cena que está caindo aos poucos e que se esvazia de novos talentos musicais.