Aposta: Luedji Luna
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“A música sempre me deu sentido de existência” (via Afronta). A frase de impacto denota uma relação de troca e importância muito grande entre uma pessoa e uma forma de entretenimento, aumentando calorosamente o sentido de se ‘ouvir’ e passando a focar no ‘sentir’. Alguém com essa visão certamente vive a música de uma forma própria e provavelmente tem algo diferente para passar caso esteja a frente de um microfone.
Para Luedji Luna, música é sentir, existência e muito mais. É militância no empoderamento da mulher, no orgulho de ser negro e na felicidade de ser baiana. O que produz e apresenta em casas e bares de Salvador e São Paulo é uma poderosa arma de sua própria vida, da relação com a sociedade e do que acredita, tudo embedado ao sentimento de uma jovem meio mpb, meio jazz, de voz doce e ao mesmo tempo forte, de um talento que se escuta ao primeiro acorde.
Ainda que tenha muito pouco material disponível na internet, é fácil perceber um talento tanto para cantar quanto para se expressar. Advogada, estudante dos melhores colégios e com orgulho de ter os pais militantes que fizeram ao máximo para que ela tivesse o melhor para que fosse o orgulho negro de uma sociedade branca, o caminho de Luedji Luna acabou se tornando ainda mais difícil, estampando a solidão culpa de elitismo e preconceito.
Agora em São Paulo e decidida a ser a cantora que tanto almeja, Luedji lança o clipe de “Dentro Ali”, vídeo que revisita sua infância, sua família e seu próprio crescimento, num contraponto de imagens que expõem a mulher que se transformou. O trompete que invade a música como um Miles Davis baiano é assinado por Normando Mendes, que também criou os violões. Israel Lima toca moringa e fez a mixagem. O baixo é Emillie Lapa.
Ainda não há planos concretos de um álbum. Há trabalhos ainda junto com os coletivos MOVA e Uns Zanzoutros, este último com a qual participa da coletânea Tinindo Trincando, em homenagem aos Novos Baianos. Houveram shows em diversos estados do país. Há muita coisa para ser ouvida ainda.