Ações em polaróide
O sol ajudou a retirar aquele mofo seco dos últimos dias. Transitando por correntes aéreas calmas, uma meridiana brisa marcou o flash mob do festival SWU, realizado nesse sábado (dia 28) na área da platéia externa no Auditório do Ibirapuera.
Duas baterias inteiras tocando em evolução estática nas redondezas com desabalados ensaios, faziam fundo para as pessoas que antecipavam passos filmados a cada instante pelos câmeras oficiais. Aos poucos curiosos e solitários também aglomeravam-se mas em pequenos números. O monumento em homenagem à Joaquim Marques Lisboa (Marques de Tamandaré) de longe aparentava mais curiosidade ao movimento, do que as pessoas ao monumento.
Só havia um foco, e com isso, acabou-se vendo uma tenda de receptação de alimentos, capitaneada pela ONG Prato Cheio, infelizmente vazia. Participaram do flash mob integrantes dos grupos 350, Matilha Cultural e Catraca Livre, além de ativistas do Greenpeace e os Insiders do evento, da qual orgulhosamente fazemos parte.
O instante que também registrou-se foi uma ação na direção da mudança de pensamento. Sem máquinas, com o recado sendo passado como nos antigos moldes. Onde a voz, peça importante que anda perdendo-se por entre telas frias e caracteres não simbióticos, seria a provedora de uma música (escolhida pelo próprio povo) que em suas linhas fala da paz.
E é essa foto de rápida revelação que mostra-se em cada pessoa que esteve lá. Existem sim aqueles que acreditam nas ações como fator diferencial. Em um país onde clama-se por ações, essa foi uma. Poderiam espalhar-se por mais lugares, não apenas no de hoje.
E mesmo com o anárquico senso de reclamar sobre tudo latejante em cada ventrículo, pessoas foram e cantaram. Se pela camiseta ou não e mesmo podendo parecer ludovicamente anestesiados quanto às questões levantadas até agora em relação ao festival, elas estavam lá. Necessário sempre saber o porque, mas tão importante quanto saber é estar.
Frio e vento mostraram o caminho de volta…