A Impulsividade do Soulstripper @ Audio Rebel 08/06

Com ingressos esgotados, apenas 100 testemunhas viram os paulistas do Soulstripper subirem ao palco da pequena e aconchegante Áudio Rebel no sábado passado, que aliás já tinha recebido os cariocas da Mutuca Bacana e Alexandre Pillar naquela noite.

A proximidade com a plateia e o fato do show ser repetido em terras cariocas, permitiu experimentações e desde o inicio mostraram, com piadinhas para quebrar o clima, qual seria o a levada naquela noite.

Iluminados com tons de azul, começaram com piadinhas para quebrar o clima e depois, serenamente, cantaram “Bonitinha né? Fiz para você”. A sincronia com seus fãs era algo marcante, esse alinhamento deu o tom da noite e era muito bem trabalhado num misto de humor e rock clássico. O Soulstripper me surpreendeu ao se desenvolver muito melhor ao vivo do que em estúdio. O Bruno (Vocal) sabe de suas limitações e trabalha isso muito bem no calor da apresentação. Com seus trejeitos categóricos, consegue fazer a plateia ser uma extensão da sua voz.

A sonoridade continua crua, às vezes até com erros bobos cometidos por ‘bandas de garagem’, mas isso fica em segundo plano, devido a sua impulsividade, que é o ponto alto do show, seja rebatendo as zoações da plateia sobre sua camisa florida a lá Agostinho Carraca ou testando e experimentando ao vivo. Numa dessas experimentações chamou a Luiza Lou do Mutuca Bacana para cantar “A Ruiva” e o resultado foi bem interessante, principalmente pela sonoridade das duas guitarras e o baterista assumindo o baixo.

Vale ressaltar que ele não seguiu o setlist, ia pedindo para a plateia canções e com isso ia seguindo sua aleatoriedade.

A impulsividade que fez o show ganhar ares de excelente, também foi o motivo do show desandar, após cada canção, o Bruno puxava papo e com isso não criava uma continuidade, quebrando o clima ao fim de cada canção. Isso fez o show não ter um estopim, chegando ao cúmulo dele parar e conversar por aproximadamente 5 minutos com uma fotografa, ao ponto do Chico (Baterista) reclamar com ele no palco.

Isso fez o show continuar morno até o final e quando pareciam que iam entrar numa levada mais serena, puxam a “Ana Julia” da banda: “Não Trocaria Um Sorvete de Flocos Por Você” que foi um momento antagônico da noite, pois não levou a plateia ao delírio que esperava, mostrando a estigma da canção-sucesso.

Com “Pra Te Ver de Biquíni”, “Bilhetinho Azul” e vários Tchup Tchup Tchuru afinados da plateia, o Soulstripper fechou a noite. Ainda teve de bônus do coro de Show das Poderosas, algo que só o Rio de Janeiro pode trazer pra você.