A Imprensa Contra a Imprensa – O Porque Que O RockinPress Foi Expulso do SWU
Olá amigos, espero que estejam todos muito bem.
Acho impressionante onde esse site chegou. De um mero blog feito por um desentendido da língua portuguesa para um site com representantes em todo o país e escolhido pelo próprio SWU como um dos divulgadores oficiais. Esse final de semana foi foda. Demorei quase 30 horas para chegar finalmente na fazenda Maeda, em meio a contratempos impressionantes e muito dinheiro se esvaindo dos meus bolsos quase morimbundos. Ao chegar lá, eu, minha fotógrafa e dois amigos que dividiríamos a barraca nos deparamos com a total falta de informação e organização do local. A quantidade de coisas escritas em canetas BIC iam desde a descrição do ônibus que levaria as pessoas de Itu à fazenda (que anunciaram ser 2,60 e saída a cada 30 minutos, mas no segundo dia já estava à 3,00 de 1 em 1 hora) até o papel de impressora matricial onde estava escrito o horário do credenciamento. Passamos algumas horas esperando nossos crachás de imprensa (com os funcionários lá, parados, esperando dar a hora) e depois de muitas perguntas não respondidas, fomos direcionados a uma fila, na entrada do evento, para pegar uma pulseira pro camping. Foram quatro horas, um princípio de rebelião e muito sol em cima. Simplesmente não havia pulseiras. Os shows aconteciam, o fórum rolava e nós continuávamos ali, comendo poeira literalmente e sem nenhuma informação concreta, somente achismos. Quando conseguimos entrar, nossa fotógrafa foi impedida de tomar banho pois não tínhamos os tickets necessários para tal, coisa que a produção não nos deu no credenciamento. Ao todo, fiquei quase 60 horas sem tomar um banho e poderia ter sido pior.
Corri para acompanhar os shows já perdidos, que eram o Superguidis e Brothers of Brazil (que estavam na minha pauta e não vi) e Black Drawing Chalks, sendo que esse último foi perdido porque os funcionários, totalmente despreparados, me mandavam ir para vários lugares diferentes, sem jamais me dar uma informação concreta, e me fazendo rodar a fazenda duas vezes inteiras atrás da minha entrada na área premium. Só consegui saber por onde eu entrava depois que eu chamei a responsável pela segurança num dos portões da área premium para dizer onde é e como entrar. O backstage é lindo. Estar naquele lugar que você sempre sonhou é muito louco e cruzar com artistas que acabaram de sair do palco principal é mais louco ainda. O meu amigo Dênis, baixista do Black Drawing, viu meu desgaste e me entregou na hora o Gatorade que ele tinha direito. Outro que me ajudou foi o Tony Aiex do Tenho Mais Discos Que Amigos. Me deu uma camisa para disfarçar a falta de banho e me deu atenção, pois foi o único a falar comigo. Daí pra frente, fiquei só aproveitando os shows e os quitutes da sala de imprensa. Cheguei a aparecer até na Multishow, durante o show do The Mars Volta, onde eu pirava bem na frente do Cedric, até que…
Fui expulso pela coordenadora da In Press Porter Novelli (empresa responsável pela imprensa no evento) no final da primeira noite de shows.
O que ocorreu é que um fotógrafo acusou a minha fotógrafa de roubo de uma lente. Durante as fotos de um dos shows do dia, a pessoa que empurra o carrinho do cinegrafista da Multishow – que fica em frente ao palco – chamou a atenção da minha fotógrafa quando viu uma lente caída no chão. Minha fotógrafa, Juliana, colocou a lente entre as pernas, e continuou a fotografar até o horário previsto. Como ninguém procurou a lente, ela guardou consigo e continuou o seu trabalho até o show o Rage Agaist The Machine, quando me encontrou sentado dentro da sala de imprensa para analisarmos as fotos tiradas no dia. O tal fotógrafo chegou nela, pediu pra ver a lente que estava dentro da bolsa dela e saiu em direção à coordenadora, onde disse ter sido roubado pela Juliana, exclamando ter certeza que a lente estava dentro da bolsa dele e tinha sumariamente sumido de uma hora pra outra. Apesar de minha fotógrafa ter tentado explicar que achou a lente no chão e que tinha testemunha (o empurrador do carrinho), ela não foi ouvida, sua credencial foi revindicada e ainda chegaram em mim, que nem sabia o que estava ocorrendo e me expulsaram de lá sem a menor explicação.
Vale atentar ao detalhe que a tal lente perdida não é para o tipo de máquina que minha fotógrafa usa (a lente é para máquina profissional Canon e Nikon, a da minha fotógrafa é semi-profissional e Sony). Além disso, ela tinha uma testemunha que JAMAIS foi ouvida e que resolveria a acusação de roubo. Fora isso, houve uma ‘rebelião’ de fotógrafos onde quatro deles entraram numa discussão feia com essa mesma coordenadora por serem proibidos de fotografar o Rage Agaist The Machine (a banda falou que só 60 dos 100 fotógrafos iria para o fosso). Nenhum desses quatro fotógrafos foi punido. Ainda, essa mesma coordenadora disse que flagrou EU (que nem sabia o que ocorria) e minha fotógrafa Juliana, conversando dentro do fosso e já nos observava desde cedo. Sendo que por ordem vinda da própria In Press Porter Novelli, eu não poderia entrar no fosso, ainda mais com a fotógrafa lá. E outra, o tempo que eu encontrei com minha fotógrafa durante todo o dia não soma nem um minuto, pelo fato de ambos estarem trabalhando em áreas diferentes. Às 00:30, quando fomos expulsos do local, nos deixaram literalmente ao relento, sem ter onde ir e o que fazer. Como tínhamos a pulseira do camping e queríamos pegar nossas coisas, acabamos por dormir lá mesmo, refugiados, esperando o dia amanhecer para voltarmos frustrados a nossa casa. Pegaram o RG e nomes completos meu e dela e falaram que não irão mais credenciar o veículo. Fodeu meu trabalho de dois anos. Lutei por tanto tempo e no auge do que construímos nossa fortaleza desaba dessa forma?
Registro aqui que em nenhum momento a coordenadora nos foi apresentada, tanto que nem sei o nome dela, e por isso mesmo não haveria a quem a nossa fotógrafa entregar a lente, só restando a ela guardar e esperar alguém perguntar. Quero saber o que eu, Marcos Xi, fiz para merecer isso tudo. O dinheiro gasto, às 10 horas de viagem, o sol, a fila, a fome e tudo o que ocorreu é pouco para tudo o que eu já fiz para esse veículo, mas existe a questão do respeito, do profissionalismo, e isso, em nenhum momento esse site falhou. Não to aqui para apontar as falhas do SWU, pois isso, diversos blogs e meios já mostram. Já me falaram em processo, já me falaram de tudo. Foi justa a punição? Tá certo que fique assim?