“Ele tem defeitos, eu mudaria tudo se tivesse mixado, mas como nesse eu só cantei e me esgoelei, até ficou legal”. Seria estranho começar uma matéria com essa frase do próprio Giancarlo Rufatto, vocalista do Hotel Avenida, mas se o próprio cantor fala isso de seu álbum, imagina quantas verdades ele ‘esgoelou’ em suas letras.
Hotel Avenida é uma banda relativamente nova – formada no fim do ano passado – e, como tantas outras, investe na internet para divulgar o seu material. Repetindo o sucesso do lançamento do single “Eu não sou um bom lugar”, que apareceu em blogs especializados no meio do ano, eles agora repetem a fórmula e convocam mais 19 sites para mostrar ao Brasil suas seis novas músicas.
Essa idéia de divulgar em meios alternativos não é ao acaso, “é legal tratar ‘essa nova mídia’ do mesmo jeito que você trataria um jornalista ‘bam bam bam’” diz ele, que também trabalha na internet. “Eu sei que as pessoas lêem e acompanham a opinião de quem escreve”, valoriza.
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Hotel Avenida – Nas Profundezas do Coração do Fundo do Copo Ao Vivo
Definitivamente, os blogs são o futuro da comunicação, mas não é só nisso que o Hotel Avenida já pensa: “O futuro é EP”, exclama Rufatto com a certeza de quem já está nesse meio a 5 anos. “Com mais de 7 músicas é disco duplo em 2009” ousa dizer alguém que colocou “Nuvem de lágrimas” – famosa nas vozes de Fafá de Belém e Roberta Miranda – na bolacha, sem medo. “Pode até ter alguém que fale mal, etc, ache ‘cafona’, mas acho que o resultado ficou ‘de bom tom’”. “Esse cover surgiu de uma idéia de tocar canções populares em arranjos decentes”, explica ele, que também enfileirou “Meu Abismo, Meu Abrigo”, do disco do Lobão, Noite (1998), nessa nova empreitada.
Apesar da ‘ameaça’ – “se você falar que parece ‘made in brasil’, ai vou ficar magoado” – o próprio Rufatto entrega as influências: “(Gosto de) Ryan Adams, Bruce Springsteen, (Bob) Dylan, Van Morrison, Jeff Buckley, e Legião Urbana aqui e ali”. Além desse ‘Legião Urbana aqui e ali’, Barão Vermelho se faz presente em músicas e algumas passagens vocais, que ele mesmo explica: “a referencia das canções que eu faço pra o Hotel é The Band, (Rolling) Stones e Van Morrison dos anos 70, ou seja, mais ou menos o que o Barão também queria ser nos anos 80”, tentando se desvencilhar. Apesar disso, a tônica da banda é o Folk clássico, com pitadas de Blues e esse Rock de 60 e 70 já citados.
Giancarlo Rufatto
A banda é liderada por Giancarlo (vocal) e Ivan Santos (guitarra), e conta ainda com Carlos Zubek (guitarra), Igor Ribeiro (baixo), Eduardo Patrício (bateria), e Alan Yokohama (bateria). A gravação foi conduzida por Vinicius Braganholo, com produção de Mariele Loyola. A direção de arte é de Giancarlo Rufatto.
A gravação do EP foi feita ao vivo, em três horas, sob o patrocínio da Rádio Mundo Livre FM (93.9) de Curitiba, cidade natal da banda. Essa responsabilidade de gravar ao vivo trás grandes conseqüências e, talvez por isso, tenham surgiram problemas de mixagem e uns detalhes que realmente não deixaram os músicos totalmente satisfeitos com o resultado final. Entre erros e acertos, o saldo saiu mais positivos do que eles mesmos poderiam esperar: “Minha voz tava muito ruim, no final já tava mais pra lá do que pra cá. Mas eu já nem ligava, só queria me livrar”.
O álbum sai nesse domingo, às 23 horas, na Rádio Mundo Livre. Se você não é de Curitiba, poderá ouvir aqui. Amanhã é o grande lançamento em blogs e nós, do Rock in Press, saímos na frente. Vamos sortear o álbum e entradas para o show de lançamento da bolacha, no dia 30/10, no Joker´s Pub, em Curitiba, com abertura da banda Pleinade. Se eu fosse você não deixava de aproveitar, pois o próprio Giancarlo Rufatto já decretou: Pretende parar aos 30, ou seja, daqui a dois anos. “Depois quero fazer outra coisa e parar de mandar email do tipo ‘oi, ouça minha banda, por favor’“.
Muito interessante a forma como conduziram essa entrevista… mas me corrijam se eu estiver errado: é impressão minha, ou o EP vai sair como se tivesse sido feito “nas coxas”? Fiquei curioso, então vou esperar pra ver qual é…
Do mais, vocês acabam de ganhar um leitor.
Sorte a vocês…
Obrigado Edson, agradeço muito a observação!
Bem, não é que foi feito ‘nas coxas’, mas sim pelo fato de a proposta ser realmente o ao vivo, no estúdio. Dessa forma, é complicado que sai um trabalho mirabolante, aind amais para uma banda independente com três horas apenas e sem retoques posteriores.
Amanhã disponibilizaremos o álbum e abriremos a promoção. Entre e participe!
Abraços!
[…] – que vão desde artistas nacionais em crescimento, como Jennifer Lo-Fi, Manacá e Hotel Avenida, até reconhecidos internacionalmente, como Beirut, Alessi’s Ark e Jens Lekman; e resenhas de […]