Fotos por Juliana Ribeiro | Mais Fotos no Facebook do RockinPress
A lona verde-branco carioca se encheu de cor, sorrisos e saudades com a volta de um dos seus filhos mais ilustres e amados ao seu palco. Em noite convidativa, Marcelo Camelo iluminou corações apaixonados pelo seu novo trabalho, saudou aqueles que flertam até hoje com a solidão e bateu ponto em seu passado tão reverenciado.
A cada golada na boca da garrafa de cerveja que guardava ao lado do retorno, Marcelo se tornava mais feliz, sociável, mais do público. De volta a sua terra natal, encontrou aquele séquito sempre crescente que agora, além de assobiar em “Doce Solidão”, vai ter que aprender a soltar o ar pela boca no tom de “Ôô” – canção chiclete que abriu o show e a primeira de seu novo trabalho a ser liberada pelo cantor.
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Nas passagens do seu antigo trabalho, Sou, o público se acomoda fácil e demonstra que mesmo após os seus quase 3 anos de lançamento, ouviu as canções com o mesmo afinco. Foram 1 hora e 20 minutos de show, com espaço para nove músicas do Sou – incluindo “Janta”, sem sua namorada famosa que grava terceiro disco em São Paulo, e com a adição de “Santa Chuva”, a pedidos do público – e mais oito de seu novo álbum, criando um impasse interessante em seu trabalho, já que tem mais músicas antigas que novas, mas definitivamente conseguindo colocar seu show mais animado e em pé – desafio já assumido pelo músico em entrevistas. “Despedida”, gravada em Toque Dela, já era tocada na turnê anterior e pelo jeito, descartada em primeiro plano destes shows iniciais.
Em certos momentos, talvez pelo costume sentimental que a turnê “Sou/Nós” passou e a falta de conhecimento do público à nova obra, certas músicas não passam toda a forma de sentimento que merecem e em alguns pontos chegam a desanimar, como na levada arrastada de “3 dias” e a emenda com a sessão solo do Hurtmold. Marcelo também, com certa aparência alta e extremamente comunicativo, começou a pontuar suas linhas vocais de maneiras equivocadas e não alcançar finais em tons altos. Nada que o coro do público não cobrisse. Nada que a dança e distribuição aleatória das samambaias dispostas no palco não provassem.
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Seu novo disco é especialmente pontuado pelos tão conhecidos metais que cadenciaram o estilo hermaníaco que o levou ao estrelato, mas as comparações se atropelam quando apontam Toque Dela para uma continuação do 4, sendo que o último disco dos hermanos tem poucas linhas de metais, lapidadas pelo mesmo Bubu que agora volta aos palcos com Marcelo. A banda, agora sem Rob Mazurek por momento, tem 3 metais, em alguns momentos 3 guitarras e até 10 membros para uma execução perfeita das músicas, com a mesma qualidade que o Hurtmold já é bem conhecido.
Sorridente, o Bubu funciona como um suspiro a mais aos fãs que gostariam de ver uma nova forma de Los Hermanos cantando seus hinos. Talvez, o fato do outro Bubu, o Gabriel, Robrigo Barba e o produtor dos três últimos álbuns do Los Hermanos, Kassim, terem se apresentado na banda de abertura, o Me And The Plant, também tenham feito o Circo Voador acreditar por alguns instantes poder ter uma reunião particular daquela que foi a banda mais importante culturalmente no país na última década.
E mesmo depois do ápice dançante de “Copacabana”, não durou muito para iniciar-se o canto de “Além do Que Se Vê” pelo público, já com o palco vazio, imitando perfeitamente as coreografias de palmas feitas nos tempos áureos dos hermanos. Um coro de 3 mil pessoas cantando de ponta a ponta cada verso me trazendo a cabeça a beleza do momento quando Fabrício Moretti desafiou os fãs do Little Joy no mesmo Circo Voador a cantar “O Último Romance”, do companheiro Rodrigo Amarante. Mais para isso, só vai entender quem esteve lá.
E mesmo após mais de 5 minutos pedindo, Marcelo não voltou para mais um bis. Mas voltará.
Ótima resenha, como sempre, Xi!
cara, como é possivel ter gente que gosta de uma coisa dessa?
los hermanos até era legalzinho, agora o som do tal Marcelo Camelo é simplesmente a coisa tediosa que eu ja ouvi, ah nao, talvez a malu tb ta no pareo.. ave maria
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