1PorDia: Serenô – Serenô
Foi exatamente em janeiro do ano passado que o Serenô chegou com este trabalho, homônimo.Em Curitiba, o grupo mostrava no Teatro Paiol o disco cheio de um som que vai na raiz brasileira com toda a delicadeza e cuidado com que eles, serenos, conceberam o projeto. Com sete anos de vida e apadrinhado por Roque Ferreira, o Serenô canta contos da natureza em batucadas mescladas a diversos ritmos.
O álbum começa fazendo você girar em um regional moderno tomado por percussões que remetem ao afro-brasileiro e resgatam nossa cultura musical de forma genuína, porém trazendo a contemporaneidade de Roseane Santos (vocal e percussão), Du Gomide (Violao 7 cordas e Voz), Manchinha (Gaita Ponto e Voz) e Gustavo Proença (Percussão, Trompete e Voz). Há ainda composições marcantes em parceria com Estrela Leminski, o violinista Zelito Ramos, entre outros.
O suingado reggaeiro de “Banho D’Água” segue para um quase baião, fazendo uma mistura gostosa dessa tal de moderna música brasileira. Enquanto isso, o samba de “Quem Disse?” resgata a malandragem de forma satirizada. “Flecha de Oxóssi” consegue transportar a gente para a força das matas com os elementos de percussão cuidadosamente alocados, com o belo timbre da primeira voz calçado em um coro afinado e uma melodia por vezes densa, por vezes esperançosa.
Na despedida no álbum, “Saudação ao Sereno” é do terreiro, na essência. Salve, Serenô! Salve a boa música brasileira sendo feita na raça, em todos os estados do país. Este trabalho consegue resgatar o que de melhor foi feito aqui historicamente, mas com uma nova roupagem e uma nova vontade de fazer mais e melhor pela nossa cultura.
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