Rodrigo Del Arc é um artista bastante singular. O primeiro disco, “A Kind Of Bossa”, começou sendo ouvido pelos amigos coreanos e japoneses, para depois chegar ao Brasil. Eram letras em inglês – justificadas pelo período que o cantor passou crescendo em países que vão de Suíça a Tailândia – com arranjos que levavam aos ritmos singularmente tupiniquins e tão admirados na gringa.
O tempo passou, Rodrigo cresceu e se instalou definitivamente no Brasil. Não cresceu só de idade. Mas ele passou a carregar uma nova carga emotiva, um novo momento para suas canções. E elas passaram a vir em português. O disco “Novo Ar” é exatamente isso: tudo novo, tudo leve, tudo pronto para recomeçar.
E recomeçou com classe (A). Del Arc levou os músicos e o produtor Nikk Gutierrez para o estúdio. Juntos e em diálogos intensos e incansáveis, eles criaram um a um os arranjos das 12 faixas que compõem o álbum, incluindo as versões pop/bossa de faixas como “Pro Dia Nascer Feliz” (Frejat e Cazuza) e Mané João (Monsueto Menezes e José Batista) – esta última carrega um peso bastante rock para seu samba/ maracatu.
Confira também o clipe de “Samba Velho”:
O casamento entre Chico Buarque e os irmãos Gallagher (Oasis) deu à luz Rodrigo Del Arc. Seja no palco, seja no disco, a presença e força são destaques. “Afogar” já abre o álbum sugerindo ir mais fundo, entregar-se por completo. E “Rod” se entrega mesmo. Projetando a voz muito mais a frente do que no primeiro trabalho, colocando as linhas de baixo na superfície das canções, juntando bateria e percussão e guitarras que falam alto sem sobrar, ele consegue fazer um trabalho pop, porém cheio de requinte.
Bom para gringo, brasileiro e quem mais quiser ouvir. E tem ainda Fernando Anitelli (O Teatro Mágico) participando da composição e voz de “A Origem”, que traz nos metais seu diferencial. Assista ao vídeo:
“Deixa rolar” volta às raízes da língua inglesa, numa mistura cheia de suingue, enquanto “Eletricidade” vem para mostrar que as coisas podem ser melhores, sempre. O disco “Novo Ar” é uma crescente. Se você se apaixonar pela vida na primeira música, vai provavelmente terminar em uma balada quando o álbum terminar.
Rodrigo Del Arc vive um momento novo. O álbum é um registro claro de um momento onde ele arrisca, perde seus medos e se joga nesse mundo maluco chamado música. Ah! E como o bom filho a casa torna, o trabalho segue para lançamento no Japão em outubro, com a faixa-bônus “If You’re In, I’m In”, que você ouve um trechinho abaixo, com exclusividade.
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