1PorDia: Phillip Long – A Blue Waltz
Prazer. Sou Carol Tavares e começo hoje um desafio aqui no Rock in Press. A Coluna chama 1PorDia. Não dá para ser mais claro: a ideia é falar sobre um disco a cada 24 horas. Pode ser o último lançamento ou aquele LP velho que estava no armário. O mais importante é dividir com vocês novas descobertas e velhos senhores. Lógico que estou aberta a sugestões, sempre!
No fim da resenha, eu gostaria que vocês deixassem suas notas para o álbum citado, nos comentários. É um debate interessante que podemos criar, para acabar de vez com aquele velho chavão de “não há nada de bom/novo acontecendo na música”. Podem ajudar com essa?
Para estrear a coluna, vou falar de um disco que acabou de sair do forno e pode ser ouvido e baixado clicando aqui.
O hiperativo da música independente Phillip Long está em seu oitavo trabalho, mas é como uma estreia. Explico. Long mudou o time que conduz seu projeto e isso pode ser identificado claramente no disco, apesar de manter a essência que já apaixonou a gente nos trabalhos anteriores – um folk romântico, com uma intensidade calma que beira a angústia em equilíbrio.
Phillip Long remete bem a isso. As letras em inglês são calçadas por melodias que vezes levam a gente para uma praia e um estado de paz extrema, outras vezes nos fazem querer morrer de solidão. Uma dualidade natural que guia o álbum de forma bastante solta, mas no sentido bom da palavra, uma vez que o repertório todo é bem amarrado. Talvez o melhor termo aqui seja “livre”. Exatamente isso. Um oitavo CD livre do que ele era antes disso. Mas ainda Phillip Long.
“Para mim a experiência foi como renascer. Pela primeira vez, eu assumi todos os aspectos da minha música. Arranjei o disco ao lado de dois amigos, o Danilo Carandina e o Enzo Petrucci. Sabe, eu pude expressar cada aspecto do que eu sentia com esse disco. Os climas, as dinâmicas… Eu saí da zona de conforto e levei minha música para respirar outros ares. E isso foi edificante. A partir desse álbum, muita coisa muda em como eu projeto minha música. Nos shows há a banda, um artista plástico pintando em simultâneo, há intervenções poéticas, projeções de imagem. É toda uma nova abordagem das minhas impressões, da forma como me movo”, conta Long.
Particularmente, eu destacaria a presença dos violinos de Mauricio Ostinato, que completam com louvor as melodias. Piano e guitarra bem dosados mostram os arranjos cuidadosos do trabalho. O baixo também fala na medida certa. Não sobra, não falta. Tudo conversa entre si. Inclusive a bateria desconstruída da faixa “A Kind Of Blue”. Essa música merece destaque ainda pela presença da gaita e é, de longe, a que mais agradou meu coraçãozinho. <3 Outra canção que também sobressai é a que dá nome ao disco – “A Blue Waltz” – um pouco mais pop e que tem cara de hit. Esse é o exemplo mais óbvio do novo colorido que veste Phillip Long.
Com letras em inglês, como é de praxe do cantor, o disco traz o violão de Long em punho com dez canções – o que é uma pena porque, quando elas acabam, fico com a sensação de que deveriam continuar tocando.
A banda inclui Alexandre Braz (Bateria), Danilo Carandina (Guitarra e violão), Marcos Xi (Baixo) e Thyago Marão Villela (Piano), com participações especiais de Mauricio Ostinato (violino) e Felipe Custódio (gaita).