Cada vez que chega uma sugestão do Daniel Correa, já começo a chorar. Foi ele quem me apresentou o Cícero, a Clara Valente e um monte de coisa boa/inovadora neste mundo. Foi ele também que subiu o Pão de Açúcar a pé comigo. Enfim.
Então, ele me apresentou Camões – não aquele do amor que arde sem se ver, ok? Paulo Camões é um artista que une boa música brasileira a elementos eletrônicos e que lança seu primeiro trabalho daqui a sete dias, no Oztel (RJ).
Da união com o produtor musical Bernardo Pauleira, saiu o EP “Cupim”. Na primeira faixa, uma crônica sobre o tempo e o que ele faz da gente. O nylon suave do violão misturado a programações intensas mostra um típico brasileiro que olha em volta.
Da observação do cotidiano, sai um disco escrachado e pop. “Tá na Cara” é a Garota de Ipanema moderna. Ela troca o calçadão pela Guanabara, é tímida no rebolado e está lá, nos olhos do cantor. Na voz dele.
A música que dá nome ao álbum fala sobre as necessidades de ter pelo que chorar, o que amar. A necessidade de sentir, seja o que for. “Segredo” e “Flanar”, em minha opinião, são as que merecem destaque, com a malemolência brasileira, ótimas letras e um romantismo de bossa moderna. Não é por nada, mas “Que Nó” encerra refinadamente o EP.
Ouça, dance e sinta.
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