Música nordestina feita por um francês. Os Cordestinos são exatamente isso e um pouco mais. Toda meticulosidade europeia do fundador da banda, o parisiense Nicolas Krassik, fica evidente nos arranjos de um instrumental que transforma a herança jazzística em baião, como você ouve abaixo.
Eu estava pesquisando sons que remetessem aos Criaturas quando um amigo me indicou o grupo, por quem me apaixonei de cara. Flautas e saxofones se unem a rabeca, contrabaixo, violino e percussões para um resultado extremamente refinado. O projeto é formado pelo próprio Nicolas Krassik – que começou o trabalho em 2007 -, Marcos Moletta, Guto Wirtti, Carlos Cesar e Chris Mourão.
“Nordeste de Paris”, que dá nome ao álbum, traz uma leitura cheia de paradoxos de uma terra seca, porém que sorri. Uma linha de baixo incrível conversa com violinos melancólicos em uma base percussiva intensa.
Mas o que é o baião senão a melancolia daqueles que têm sede, amores, desamores e lutas diárias que estão por vezes aquém da nossa compreensão? Mas Krassif compreendeu bem e conseguiu traduzir isso em belíssimas faixas. Já “Azul Elétrico” é rápido. É pé de serra com phynesse. É arrastar o corpo pelo salão, girar e trocar os pés com rapidez.
Os Cordestinos também fazem releituras incríveis de músicas já conhecidas do público, como você confere no vídeo abaixo.
Ouça o disco anterior:
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