“Eu não sei da onde eu vim e para onde vou, ninguém me escuta e eu nem sei quem sou” é uma frase dita por Ronnie Von em um áudio no final de No Water, canção do EP de estréia do Attöm Dë, projeto criativo do paulista e editor de vídeo Eduardo Henrique Lopes. E que nos guia em como sintetizar as quatro faixas de Expressar-me É Preciso No Meu Tempo Precioso:
1. Pedreira De Saturno
2. Raivoso Cão
3. No Water
4. A Flor Mais Bonita
Em apenas um pacote de poucas tracks Eduardo nos mostra duas grandes influências e sentidos. Em Pedreira de Saturno e Raivoso Cão inicia-se uma mistura do bom “rock-chiclete-dançante” com um vocal berrado e forçado, que parece beirar o desespero, uma influência feliz do Hardcore paulista e que traz uma aceitação mais gradativa ao ouvir, algo natural de músicas boas e que não tem a pretensão de soar como hit.
Na sequência os passos continuam, em No Water e A Flor Mais Bonita segue-se uma linha mais sessentista aplicada em gravação suja e lo-fi digna da década de noventa e uma releitura psicodélica que mira em Hendrix mas acerta no febril Tame Impala.
O EP merece a atenção por trazer boas provocações, a proposta é meticulosa em sair do óbvio e isso que o torna perceptível em meio ao mundarel de coisas que surgem por aí. O que vai muito de encontro com a história pessoal de Lopes, que buscava sentido para o seu dia-a-dia apostando em si. Mais um recorte peculiar na vida de um jovem pai na pauliceia desvairada.