O sergipano mudou. Do “Pacífico Atlântico” (2013) para cá, muitas águas rolaram. Os arranjos se encontram muito melhor e o rumo que o barco tomou é nitidamente mais consistente. Antes mais pop, Arthur Matos assume seu trabalho folk, cantado em inglês e, de cara, lembrando o colega Phillip Long na canção “Life Holds” – imagino que bebam das mesmas referidas e brilhantes águas.
Li em algum texto que ele não rompe com os trabalhos anteriores. De fato, vejo “Accidental Light” (clique e ouça) como uma evolução, um encontro definitivo consigo e com aquilo que se deseja daqui para frente. Há um lugar onde se quer chegar. E ele chega com um time de primeira, de fato. Além do colega Fabrício Rossini, há ninguém menos que Rafael Ramos nos teclados, com quem já apresentou trabalhos anteriores.
A alegria de “Between Us” chega até a gente com arranjos delicados unidos a um vocal que coloca seu delicioso timbre no momento certo da canção. Mas é a música que dá nome ao álbum que faz apaixonar nas primeiras cordas. Digna de rádio.
Troquei de fones quando percebi a atenção que as linhas de baixo mereciam, com a precisão que faz diferença em cada uma das faixas. Entre no carro, pegue uma estrada, abra os vidros e ouça “City and Buildings”. Por favor.
Arthur Matos é um barco que navega pelos sentimentos mais corriqueiros de forma doce, com todos aqueles acordes que matematicamente remetem às sensações boas e saudosas. As melodias caminham para isso, é um disco de celebração. Tanto, que a música “Now” traz violões e bumbos na velocidade da alegria, deixando o álbum para cima e com gostinho de quero mais.
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este é mesmo um disco perfeito para ouvir no carro, na estrada