Os 100 Melhores Álbuns Brasileiros de 2014 (com Download)
Analisar esta lista de melhores do ano é uma tarefa interessante. Ao mesmo tempo que não há uma unanimidade num trabalho realmente firme e com potencial de atravessar décadas, muito material bom foi lançado no último ano, dando destaque ainda para reinvenção musical de vários artistas e pelo cunho a novidades.
Entre os vinte primeiros, muitas estreias de trabalhos solos, muitas bandas recriando seu som para chegar a novas sonoridades e muitas estreias bem sucedidas. Ainda falta um bom bastião de qualidade, um nome que represente um cenário com mais força e segurança, que faça dois, três discos ótimos em sequência. Falta-nos um novo ídolo de um novo cenário que se desenha.
100 ~ 76
100. Tópaz – Nós Somos os Piores |
75 ~51
75. Terno Rei – Vigília |
50 ~41
50. Sarina – Sarina (baixe)
49. Rua – Limbo (baixe)
48. Breno Fernandes – Sob Um Céu Esquecido (baixe)
47. Pato Fu – Não Pare Pra Pensar (baixe)
46. Luziluzia – Come On Feel The Riverbreeze (baixe)
45. João Capdeville – Pausa (baixe)
44. A Fase Rosa – Leveza (baixe)
43. Humanish – Benin (baixe)
42. Rashid & Kamau – Seis Sons (baixe)
41. E a Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante – Vazio (baixe)
40 ~31
40. Thales Silva – Minimalista (baixe)
39. Banda do Mar – Banda do Mar (baixe)
38. Romulo Fróes – Barulho Feio (baixe)
37. Charme Chulo – Crucificados Pelo Sistema Bruto (baixe)
36. Magalhães – Trago Seu Amor (baixe)
35. Huey – Ace (baixe)
34. Arthur Matos – Accidental Light (baixe)
33. Ludov – Miragem (baixe)
32. Inky – Swag (baixe)
31. Jaloo – Insight (baixe)
30 ~21
Primeiro álbum autoral da frontwoman do Pato Fu é leve e se inspira em influencias diversificadas para criar uma camada justa para a doçura de sua inconfundível voz.
Meio dance music e meio psicodélico, neste novo álbum o músico buscou expandir sua sonoridade sem perder a verne da nova mpb que o acompanha.
Um dos membros do mega coletivo artístico paulista Trupe Chá de Boldo, transformou sentimentos em um álbum bastante homogêneo e letras cativantes.
Parte de uma família rica musicalmente e com história na música brasileira, Ian colocou neste primeiro disco muito mais a sua cara, procurando firmar sua sonoridade e estilo.
Terceiro disco dos mineiros do Transmissor vem com produção assinada por Carlos Eduardo Miranda, buscando alcançar um lado mais pop, seco e direto da banda.
Meio EP, quase um disco, Carpete vem como uma forma do jovem mostrar seu novo nicho musical e influencias, experimentando mais que a mpb-rock de Gaveta.
Avassaladora estreia solo do músico alagoano trazendo um trabalho bastante homogêneo, bem arranjado e composto, transformando-o numa promessa musical para ficar de olho.
Apesar de não manter o nível assustador do trabalho anterior, a genialidade de Lucas se mantém neste disco com louvor. Faixas como “Funk dos Bromanticos” comprovam isso.
Bem regionalista e ao mesmo tempo bastante jovial, o disco trata a música não por rótulos ou estilos, mas pelo sentimento que passa. Para puxar os amigos pra dançar!
A pegada pop rock e o flerte com o cenário hc/emo não definem o trabalho. Amianto mostra uma banda bastante madura, alinhando possíveis hits em sua tracklist.
20 ~ 11
baixe | ouça De volta a ação depois de um ano com os integrantes metidos em diversos projetos paralelos e produções, a Nação se reestrutura musicalmente e aproveita o apoio de lançamento da gravadora e patrocinadores para dar continuidade a sua história. |
baixe | ouça Compositor de mão cheia, Saulo buscou mexer com raízes regionais e africanas dentro de seu som e juntou-as a sua influencia na MPB, convidando amigos para partilhar de várias canções e iluminando o disco de maneira gostosa, com balanço único e belo. |
baixe | ouça Desde que largou o sobrenome ‘da rima’, Rael tem se aprofundado mais em ritmos variados, muita coisa latina, caribenha e dado uma cara classuda ao seu som. Este ep é um belo salto na carreira e na ambição do músico em ser um cantor além de rapper. |
baixe | ouça | site Há dúvidas em classificar o trabalho do francês Stephane como nacional. Radicado há 12 anos no país, o baterista e percussionista usa sua voz grave para dar nuance e sensualidade as canções de seu trabalho de estreia, tal como um crooner. |
baixe | ouça Em seu segundo disco, Silva não se limita em mergulhar num mar de sonoridades. Dançante e pop, “Vista pro Mar” contém onze faixas que liberam sensações saudosistas e alegres. Ruídos litorâneos, instrumentos de sopro e sintetizadores incorporam o álbum tornando-o uma viagem incrível. |
baixe | ouça | site Carne Doce é um verdadeiro embolo para nossas cabeças. Meio lo-fi, meio romântico, meio psicodélico, meio regionalista, meio tudo. Frutos de um cenário em plena ascensão e focados na experiência sonora, a banda desponta como novidade no cenário. |
baixe | ouça Na ânsia de se reinventar e achar um novo caminho dentro de seu som tão interior, Phillip foi buscar na timbragem oitentista e na forma sentimental e triste de cantar que Morrissey usa, um novo significado em suas canções. |
baixe | ouça Trabalhos constantes sem variação de qualidade vem abastecendo de belezas a discografia dos curitibanos do ruído/mm. Nesta, o pseudo hit indie “Cromaqui” abre espaço para canções de peso e mais diretas que no álbum anterior. A arte inspirada também ganha destaque. |
baixe | ouça | site Singles como “Romeo” e “Quero ser seu cão” mostraram como um artista deve trabalhar sua imagem e música ao mesmo tempo. Pethit experimentou um conceito de vídeos que mostrou exatamente onde ele queria ir e não deixou margem para dúvidas: a mpb acaba de ganhar um rockstar. |
baixe | ouça | site É, sem dúvidas, uma singela homenagem que a cantora carioca presta a voz singular de Dolores Duran. Um trabalho emocional, com releituras que respeitam o estilo original e dão roupagens atuais ao espólio da cantora-ícone felizmente muito bem homenageada. |
10 ~ 1
10. Russo Passapusso – Paraíso da Miragem
Quando saiu o single “Paraquedas”, apresentando o cantor, o cochicho se dividia em ‘sequência do trabalho do Criolo’ (baseado na sonoridade e produção assinada pelas mesmas pessoas que do rapper) e a primeira empreitada solo do vocalista da Baiana System, influente banda que arrasta multidões em Salvador. No fim, Paraíso da Miragem é um disco que abre a cabeça do ouvinte para um compositor versátil e inteligente. A preferencia por ritmos tropicais aplicados a sonoridades densas dão destaque ao resultado do trabalho e iluminam a história de Russo para o país.
9. Mombojó – Alexandre
Experimental, o quarto disco do Mombojó funciona como uma junção de psicodelia e pós-Mbp. “Alexandre” é resultado de experimentações e improvisos com samples, sintetizadores e até bolinhas de ping pong. O distanciamento do grupo a sua origem permite arriscar em novos sons com maestria, acertando principalmente em tentar reescrever sua própria história, mesmo com tantos anos de estrada.
8. Criolo – Convoque Seu Buda
“Convoque Seu Buda” resgata a receita que fez de “Nó Na Orelha” o renascimento de Criolo. Com referências discretas ao trabalho anterior, ele mistura ritmos e elementos de forma ainda mais consistente. Criolo mantém seus pés no gueto, mas consegue emocionar e incomodar quem também não está lá.
7. Marcelo Perdido – Lenhador
Em voo solo, mas não sozinho, Marcelo Perdido lançou Lenhador, disco marcante e introspectivo, reflexo do momento do compositor que havia acabado de oficializar o fim de sua banda hidrocor. Em 12 faixas, Perdido transita entre diferentes sonoridades e experimenta formatos distintos para cada uma de suas canções, tendo como base seu violão, deixando com que baixo e bateriam apareçam “apenas quando são convidados”. O resultado é um trabalho despretensioso e envolvente, repleto de sutilezas e bons momentos.
6. Far From Alaska – modeHumam
O FFA é uma banda que nasceu para ser grande. Seu encaixe sonoro e a forma de montar suas canções surpreende. Suas vocalistas e atitude, alinhada as influencias e afinidades fazem nascer um som pesado e pop – uma necessidade num mercado mainstream onde rock tem pouca abertura e consistência. Em seu trabalho de estreia, a banda regrava suas primeiras músicas e mostra o arsenal de novidades que preparou para o trabalho, que ganha ainda mais destaque em sem suas explosivas apresentações ao vivo.
5. Adriano Cintra – Animal
Adriano Cintra nunca precisou se provar para ninguém. Após inúmeras bandas de relevância no cenário underground brasileiro como Thee Butchers’ Orchestra, Madrid e Cansei de Ser Sexy a única pessoa que Adriano precisava agradar era ele mesmo. E é esse o espírito que deu o tom de diversão para “Animal”, um disco solo para alguém que já fez de tudo na música. A comparação com o CSS é inevitável, ainda mais com o nome “Animal” indo ao confronto direto com o disco “Planta” de sua ex-banda. Mas o ponto chave são as parcerias feitas nas letras, nomes de peso como Guilherme Arantes, Odair José, e até mais frescos como Gaby Amarantos e Nana Rizinni (que também é sua baterista) enriqueceu o material de maneira clara e em bom português. “Animal” não é um dos melhores do ano por sua originalidade, mas sim pela criatividade no processo de produção e na forma inusitada como se apresenta. Músicas como “Desagradável Aparelho” e “Animal” são hits prontos, mas ouça também “A Sedução de um Desejo” que foge bastante do conceito geral do disco e mostra mais uma faceta de um dos músicos mais interessantes da nossa geração.
4. Tagore – Movido a Vapor
Uma estreia com cara de veterano. Foi assim que Tagore surgiu com seu primeiro disco, Movido a Vapor. O álbum do quinteto pernambucano teve merecido reconhecimento como e é um dos grandes destaques de 2014. Em meio a arranjos e experimentalismos, o grupo leva o ouvinte em uma viagem no tempo, guiada por diversas referencias e estilos. O tempero desse baião psicodélico fica por conta do bom humor das composições, crônicas que cativam pela postura irreverente e as vezes politicamente incorreta.
3. Alice Caymmi – Rainha dos Raios
O caminho mais óbvio para um disco de versões feito por Alice Caymmi seria explorar o conteúdo deixado por seu avô, Dorival. Mas a carioca, que já havia se desafiado em 2012 no seu primeiro disco, retornou em 2014 com Caetano, Maysa, Sullivan e até Mc Marcinho na mala e finalmente encontrou a sua batida.
Caymmi se aliou a Diogo Strausz, um dos produtores da temporada, para criar versões de músicas inesquecíveis, em roupagens próprias e que encaixaram perfeitamente com sua voz grave. “Rainha dos Raios” é o ínicio do belo amadurecimento da “nova dona da voz”, Alice. O destaque do disco é apresentado logo no começo com as canções “Como vês”, “Homem” e a última, “Jasper”.
2. O Terno – O Terno
No álbum homônimo, o grupo O Terno diversifica ritmos, fazendo um rock’n roll que transcende o barulho. Um disco para ouvir de manhã, pela tarde ou noite. Com uma surpresa a cada faixa, o trabalho é uma satirização de si mesmo em relação a um novo modo de consumir música em conflito com o pensamento retrógrado que ainda existe.
1. Juçara Marçal – Encarnado
Visceral. Não há melhor palavra para definir “Encarnado”, o disco que Juçara Marçal publicou em 2014. A música brasileira desenhada da forma mais rock’n roll possível foi um dos grandes destaques do ano. Em 20 anos de carreira, a cantora traz com o álbum um novo caminho para sua história, sendo este o primeiro trabalho solo. Disco para cortar os pulsos de forma refinada e intensa. Bem arranjado, bem produzido, guitarras e rabecas angustiantes e elegantes e com composições que passam por Siba, Tom Zé e Gui Amabis.
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