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Os 10 maiores álbuns decepções de 2013

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decepções 2013 rockinpress
decepções 2013 rockinpress

decep

Antes das pedras, o livro. Decepcionar: Causar ou sofrer decepção; desiludir-se. Possuir uma maneira de agir censurável; não ser bem-sucedido; não conseguir alcançar o sucesso. Ou, em resumo, ter um ato falho ao suprir os anseios e a esperança, seja do crítico ou seja do fã. Não é então, a este ponto, significar ser ruim, de causar desgosto ou falso. É apenas estar abaixo do esperado. Para a nossa lista de decepções de 2013 resolvemos buscar críticas de outros sites e intercalar com as nossas para descrever os pontos que não se encaixam em cada trabalho, fazendo uma coletânea de opiniões sobre cada disco presente nessa lista.

“No primeiro disco, eu tinha uma expectativa maior. Esperava que as pessoas iam dar importância para uma síntese de música elaborada com música popular. E aí, aprendi que a expectativa é a mãe da frustração”, disse Jeneci em uma recente entrevista ao Fita Bruta. “O “crítico”, como o artista, precisa optar por certos caminhos que nem sempre são exatamente os “melhores” ou mais amplos, mas um equilíbrio que consiga dialogar com o público a que se dirige da melhor maneira possível e dar vazão ao que almeja”, pontua a revista Movin UP. Agora, entre a criação da frustração e o porque e como da crítica, em ordem alfabética, cabe nossos eleitos.

Cícero – Sábado

cicero

“Cícero, que não chegou a ser Camelo, quer ser Paulo Leminski. Ou Chico Buarque. Ou Tom Zé. Ou Walter Franco domesticado. (…) De fato, ele quebra – de certa forma, uma quebra comedida – com sua obra até aqui. Busca um público mais “maduro”. Pode, dependendo pra onde o mercado soprar, expandir sua plateia. Merece aplausos pela coragem, não pela execução. (…) Cada um tem o direito de ter a pretensão de ser o que bem entende. Como se diz no popular, é provável que Cícero tenha dado “um passo maior que as pernas” com “Sábado”. A maneira de lidar com os ferimentos é que determinará o que será sua carreira daqui em diante. Na ânsia de ser Leminski, Cícero acabou, no máximo, se irmanando de um Carpinejar.”

por Maurício Angelo, na revista M.O.V.I.N. [UP]

Clarice Falcão – Monomania

clarice

“Ao decorrer do álbum, ela segue com suas declarações amorosas e em momentos seu jeito de amar chega a ser um tanto sufocante, mas dando uma atenção especial aos instrumentais, notamos a forma com que ele “evolui” ao passar das canções, indo dos simples violões e ukeleles à percussões, pianos e ápices quase orquestrados. (…) A proposta de Clarice não é necessariamente nova, há uns anos atrás gostávamos de uma garota que acreditava resolver todos nossos problemas com a palavra “tchubaruba”. (…) Só pra garantir, nos ajudem a manter qualquer Los Hermano bem longe dela!”

por Guilherme Tintel no portal It Pop!

CSS – Planta

css

“(…)Planta sinaliza substancial perda de identidade no som do grupo, criado em 2003. Sob a produção hype de Dave Sitek, o CSS – desde sempre superestimado pela crítica do Brasil por conta de sua inusitada projeção internacional – investe num pop eletrônico sem alma, banal. (…) Músicas repetitivas como Honey, Into the sun (quase uma balada, mas moldada para as pistas), Girlfriend, The hangout (faixa que remete ao tecnopop à moda dos anos 80) e Sweet indicam que, mesmo que tivesse transcorrido na paz, a debandada de Adriano Cintra dissolveu a personalidade do CSS. Nem a produção de Dave Sitek – especialmente perceptível em Dynamite, outro momento razoável do disco – consegue fazer Planta germinar.”

por Mauro Ferreira no blog Notas Musicais.

Dorgas – Dorgas

dorgas

“Um disco e um EP que são perfeitamente definíveis como ‘sem graça’, explorando a dúvida da própria banda de que caminho seguir. (…) Além disso, a demora inestimável para lançar o disco, aliado por uma recepção fria da mídia – ao contrário do hype que a banda um dia ostentou – demonstram o baixo rendimento do álbum de estreia do quarteto. (…) O disco é preso, travado dentro da sua própria batida, mais ‘pop’ e ‘normal’ que os lançamentos da banda. (…) Para quem conheceu algumas músicas antes do período de gravação, o tormento soa pior, já que nota-se a compressão das canções, ou talvez até uma quase completa mudança de direcionamento, como em “Campus Elysium” e “Vice-Homem”.

por Marcos Xi no site RockinPress.

Esperanza – Esperanza

esperanza

“Por conta desse sentido decidido de transformação, o disco custa a impressionar com o mesmo entusiasmo alcançado na estreia do Sabonetes. Por mais que a banda alerte que os rumos e a própria sonoridade instalada na obra sejam outros, não há como passear por faixas como Assalto e Ela Foi Viajar sem levar em conta tudo o que o quarteto paranaense alcançou anteriormente. Falta ao “novo” quarteto o teor dinâmico de outrora, como se toda a pretensão (trabalhada de forma positiva com o Sabonetes) fosse deixada de lado em prol de um som moroso, principalmente nas baladas e no lado mais romântico da obra, que pesa na audição. (…) Da mesma forma que as primeiras músicas do grupo – lançadas há quase uma década – revelavam um exercício atento de busca por território, com Esperanza não é diferente. Mesmo a cobiçada produção de Kassin parece inexistente no fluxo particular já decidido pelo quarteto, prova de que mesmo trilhando um percurso irregular ao longo do álbum, a banda já sabe exatamente onde quer chegar, basta apenas acertar o passo.”

por Cleber Facchi no Miojo Indie.

Marcelo Jeneci – De Graça

jeneci

Acho que todos esperavam flores, mas elas vieram com espinhos. De Graça é um disco mais denso, refletindo um momento de término de relacionamento, bem diferente do ensolarado e amoroso disco de estreia, onde o ápice do amor é descrito e reescrito em canções surpreendentes. Como ouvi por aí, é um disco ‘preguiçoso’, não tão grandiloquente e menos palpável que se antecessor. Carece ainda de uma música referencia, um hit em potencial, já que a faixa tema é um engano sonoro, um tentativa falha de dialogo com o passado e futuro, sem suceder em uma faixa que realmente soe sincera. Essa dança mal encaminhada de “De Graça” é o perfeito contraste do arrastar sonoro das outras faixas – flerte progressivo, talvez – e que torna o álbum ainda mais estranho e para meus ouvidos, esquisito.

Móveis Coloniais de Acaju – De Lá Até Aqui

moveis

De lá Até Aqui é morno e mais linear do que um disco do Móveis Coloniais de Acaju deveria (merecia) ser. De suas 14 faixas, poucas escapam, infelizmente, de serem sem graça – característica tão perigosa para uma canção. O que antes parecia querer te tirar do sofá e balançar o corpo até cansar, agora parece querer carregar o ouvinte até seu Facebook e postar os trechos de letras. Isso é problema? Não se for limitado só a isso, e é o que acontece em parte do álbum. (…) 14 faixas se tornaram muita responsabilidade para uma banda que não tinha nem dificuldade para criar cirandas de centenas de pessoas em ambientes que mal cabiam essas pessoas amontoadas umas nas outras – de repente o desafio pareceu grande demais para quem não tinha, até então, apresentado nada que não fosse uma escalada competente e contínua. Esse é o crime da decepção.”

por Ibirê Borges para o Move That Jukebox.

Os Mutantes – Fool Metal Jack

mutantes

“A rigor, trata-se mais de um disco do guitarrista Sérgio Dias Baptista – único remanescente da formação original do grupo, atualmente um sexteto – do que de um álbum dos Mutantes. Entretanto, Fool metal Jack é disco – quase inteiramente gravado em inglês – assinado pelos Mutantes por conta da força do nome do grupo. Disco que consegue ser pior do que seu antecessor Haih… or amortecedor (2009). (…) O que mais incomoda no disco – tecnicamente bem gravado – é a falta de sintonia entre suas 12 músicas.”

por Mauro Ferreira no blog Notas Musicais.

Rodrigo Amarante – Cavalo

amarante

“Não gostei de Cavalo. Ouvi a primeira vez com cuidado, a segunda com descrença e na terceira larguei no meio. Tem boas letras (nada excepcional) e bons momentos (três, sendo que “Maná” destoa muito do resto do disco, e pro bem), mas como disco, ele é morno, frouxo, preguiçoso, frágil. (…) Há uma espécie de autodeslumbre que nega admitir-se, o que torna plausível as comparações com a fase Londres de Caetano Veloso, embora sem motivo real além do puramente estético. Caetano ao menos tinha saudade de casa… (…) O disco – e o show, portanto – isola-se demais em si mesmo e perde-se em rascunhos de canções que até poderiam brilhar com menos falsa modéstia. Entendo, é o primeiro disco solo, há um peso considerável. Mas é preciso assumir a responsa de ser um artista. Se o caso não for esse, melhor voltar a ser aquele cara que, depois de jantares nos apartamentos dos amigos, sempre assume o violão, canta umas versões e outras músicas próprias, que alguns acham fofo e outros acham chato. Estou no segundo time.”

por Alexandre Matias no Trabalho Sujo.

Vivendo do Ócio – Som, Luzes e Terror EP

vivendo

O mais puro e ingênuo fruto da frustração. Em suma, o que espera é uma continuação do segundo disco da banda, O Pensamento é um Imã, onde o quarteto baiano desatina a rock mais redondo, acessível e cantável, com refrões mais fáceis e grudentos, além de letras mais elaboradas e sentimentais. Já neste EP a banda retorna nas métricas descomprometidas do primeiro disco, refrões de letras longas, de pouco impacto e sem novidade. O que soa é um retrocesso no período de maturidade que a banda vinha desenhando, o que é uma pena, visto que o álbum anterior foi, fácil, um dos melhores de 2012.

16 COMENTÁRIOS

  1. Tem um monte de coisa que gosto nessa lista. Mas bem, essa é apenas a opinião dos colunistas que escreveram isso.Quanto á sábado, essa galera não entende minimalismo. Cícero nunca teve pretensões de ser Leminski nem ninguem. Na verdade sempre quando lhe perguntavam quais eram as expectativas com suas carreira ele respondia que não tinha. Que sua carreira ela aquilo mesmo. A Clarice ainda comparam com a Mallu pra falar mal, eu também gosto da tbm gosto da Mallu. Vi vários dos titulos citados aí como 10 piores em listas de melhores em outros sites. Como eu disse, é apenas opinião dos colunistas que escreveram.

  2. Eu acho que a pessoa que elegeu esses discos não está muito antenado no cenário musical não. Colocar Cícero, Jeneci, Móveis e Rodrigo Amarante como decepções de 2013, sinceramente totalmente descreditado. O cd do Cícero é de uma doçura ínfima. A forma como Amarante organizou Cavalo é genial e sem falar de quão é bom o cd de Jeneci e de Móveis, que o show é fora de sério. Enquanto a lista de 100 melhores de 2013, tem gente que eu nunca vi na vida. Sério mesmo, revejam seus conceitos.

  3. Eu até queria te responder, sério, mas seu argumentos são idênticos aos meus: opinião pessoal. Você acha que tal coisa é linda e eu acho ruim. O que vai fazer você ou eu mudar de opinião? É uma discussão que já nasce morta por conta de um comentário infeliz, que não soube medir as palavras e não soube se colocar na posição dos outros.

    E ah, acho que você não está muito antenada no cenário musical não. Tem gente que você nunca viu na vida nos 100 melhores. Sério mesmo, revejam seus conceitos. (e tente não cair em contradição)

  4. Haha
    Ainda bem que eles mudaram, cantor ruim é quando você espera o mais do mesmo.
    Por isso Legião Urbana foi uma das maiores, pela metamorfose de letras e arranjos. Não gosto dessas avaliações negativas, para mim quem faz não entende que a arte é Dionisiana e Dionísio não permitiria ser sempre o mesmo.

  5. Eu gostei muito do álbum ''Cavalo'' de Rodrigo Amarante e o ''Sábado'' de Cicero, o que eu acho é que o publico não está apto a mudanças e os artistas sim.

  6. Compartilho em muitas coisas do que vc comenta Cris. Na verdade, talvez pela minha ignorância, nem curto muito esse negóco de "crítico", principalmente quando estes fazem o que fizeram aqui com o Cícero. Nem estou falando de "Sábado", mas dessa pretensão ridícula, expressa através das comparações, de querer apresentar as pretensões do artista em determinados trabalhos. Quando para "criticar" a Clarice, ele fala da Mallu, o que ele me diz é apenas que temos gostos musicais diferentes, nada mais, ao tempo que eu, assim como vc, acredito, gosta do trabalho das duas. Além de que esse elemento de subjetividade que circula na arte e está em nós deixa tudo muito relativo.

  7. Discordo efusivamente da inclusão do disco do Jeneci nessa lista, ainda mais com os comentários que seguem a justificativa. "Preguiçoso" é que não é o disco.
    Porém concordo que o "Sábado" do Cícero deixou a desejar, Móveis ainda não consegui ouvir, e concordo principalmente com o disco do Amarante, esse sim foi uma grande decepção para mim, um grande fã desse caba!

  8. Seria legal você postar os discos que gostou pra ver a resenha. É muito fácil fazer uma crítica de um disco quando se ouve uma ou duas vezes. Gostei que tenha reparado a semelhança dos poemas musicais do Cícero com o Leminski. Concordo plenamente. O que não concordo é dizer que o disco foi abaixo do esperado. O Cícero surpreendeu fazendo um disco completamente inesperado e original. Pode até ser que você tenha razão quando diz que ele quis dar um passo maior que a perna. O Cícero com este album me lembra a fase do Tom Jobim quando lançou Matita Perê, que pra época era inesperado e "abaixo do esperado. Um dos discos mais importantes do mundo. Abaixo do esperado é aquele disco que repete sempre a mesma figurinha. É o caso do Marcelo Jeneci. Gostei razoavelmente do De Graça e fui em alguns shows e tudo, mas, neste disco ele repete a mesma fórmula do primeiro. Eu ouvi ambos muitas vezes e não vi muitas mudanças. "Cavalo" do Amarante é sem comentários. 3 idiomas. Instrumentos diversos, todos tocados por ele mesmo. Como disse Tom Jobim: "Os melhores discos são para adiante, não são para agora."

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